Emilly Magalhães
Folha Max
O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que não irá judicializar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) a derrubada do veto ao trecho do projeto de lei 21/2021, que condiciona o retorno às aulas presenciais à imunização de todos os profissionais da educação. A declaração foi dada na manha desta quinta-feira (1°) durante o lançamento da fase de resposta da Temporada de Incêndios Florestais (TIF) 2021.
“Eu não vou judicializar, mas eles vão prejudicar gigantemente a educação. Lá em Portugal a educação foi o último setor que parou e o primeiro que voltou. Vários países da Europa, educação foi o último que parou e o primeiro que voltou. Aqui, foi o primeiro que parou e o último que vai voltar. Olha como eles estão tratando educação pública no nosso estado. Muito provável que tenha filho e neto de deputado em escola privada que esteja tendo aula neste momento. E a educação pública não pode voltar. Olha que incoerência. Fica reflexão”, declarou Mendes.
A votação ocorreu durante a sessão desta quarta-feira (30) na Assembleia Legislativa. Ao todo, treze parlamentares votaram favoráveis a derrubada do veto e sete pela manutenção. O projeto foi aprovado em abril. Em maio, Mendes seguiu parecer da Procuradora Geral do Estado (PGE) e vetou a emenda que previa a imunização dos servidores.
Com isso, o retorno das atividades presenciais nas escolas só ocorrerá com a imunização total de professores e técnicos da rede pública estadual. O início das aulas em sistema híbrido está previsto para 1° de agosto.Thank you for watchingO governador defende o retorno das aulas presenciais e argumenta que os profissionais da rede pública de educação não são diferentes dos demais trabalhadores que estão atuando de forma presencial.
“O professor da rede pública do estado não pode voltar para sala de aula enquanto não tiver vacinado, mas os bombeiros estão trabalhando, assim como os funcionários públicos da Sefaz, do Indea, de todas as demais secretarias. Qual a diferença do professor para todos esses servidores públicos? Qual a diferença do servidor público para o trabalhador da indústria, do campo, da empregada doméstica, do motorista de ônibus, para todos os demais mato-grossenses que estão trabalhando normalmente?”, questionou.
“Por que os professores do sistema estadual não podem voltar 1 de agosto se eles já tomaram a primeira dose? Quantos milhares de mato-grossenses estão trabalhando nesse momento sem receber nenhuma dose. Alguém sabe me explicar essa diferença? O que torna o professor diferente? Eu respeito muito nossos professores, mas educação tem que ser tratada com prioridade. E nós estamos fazendo isso. Pedimos para vacinar e com prioridade, já receberam a primeira dose”, acrescentou o governador.Além disso, ele também lembrou a alta taxa abstenção de profissionais que não foram tomar a vacina. “Tem professor que não quer vacinar. E aí? Não vai voltar para sala de aula nunca mais? Eu não entendo essa lógica de uma parte dos deputados”, finalizou Mauro Mendes.