Camila Ribeiro
Mídia News
Ainda em meio à crise e a repercussão mundial por conta das queimadas na Amazônia brasileira, o governador Mauro Mendes (DEM) concedeu uma entrevista ao jornal O Globo e revelou seu temor com um possível boicote de países que compram produtos agrícolas do Brasil.
Mendes afirmou, entre outros pontos, ter a certeza de que a crise ambiental traz sérios prejuízos a Mato Grosso, especialmente em razão de o meio ambiente ser o “abre-alas” do comércio internacional.
Questionado pelo jornalista Henrique Gomes Batista se a crise já afeta o Estado, ele foi taxativo: “Afeta, pois pode desencadear não só uma reação de países, algo menos provável, mas uma reação de consumidores no exterior contra produtos brasileiros”.
“Isso seria um desastre para nosso país e uma catástrofe para Mato Grosso, que depende muito das exportações agrícolas”, acrescentou o governador.
Mendes lembrou que Mato Grosso tem sido reconhecido até mesmo por ONGs internacionais como um bom exemplo ambiental, mesmo diante da crise gerada pelas queimadas.
Muito disso, em razão de ter seu território 63% absolutamente preservados.
Ainda assim, admitiu ser difícil “descolar” a imagem do Estado a do restante do País. “É muito difícil fazer isso. Mas o mundo também precisa comprar os alimentos brasileiros. Retirar o País do mercado de proteínas vegetais e animais interessa a nossos concorrentes, mas não aos clientes, pois eles pagarão um preço muito mais alto, e isso é ruim para muita gente”.
Ainda durante a entrevista, ele disse que está pronto para falar das potencialidades do Estado em seu discurso na ONU, que acontece no próximo dia 23.
Mendes ainda evitou polemizar declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL), apontadas como um fator que aprofundou a crise ambiental.
“Não podemos atribuir isso ao nosso presidente. Houve, ao longo de algumas semanas, encontros e desencontros de informações. As redes sociais publicaram de uma maneira muito veloz verdades e mentiras, fotos que não retratavam a realidade. Isso criou um pânico, como se a Amazônia estivesse toda incendiada. Não era verdade, e estamos conseguindo mostrar isso”, disse.
“É óbvio que tenho as minhas opiniões, mas, como governador, não compete a mim criticar o meu presidente. Tenho certeza de que não precisamos colocar mais lenha na fogueira. Temos que apagar os incêndios nas florestas e nos meios de comunicação”, concluiu.
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