Kayc Alves
Da redação
Os agentes de endemias da região de Barra do Garças recebem, nesta semana, capacitação para controle químico contra insetos transmissores de doenças. O curso é promovido a profissionais dos dez municípios que compõem o Escritório Regional de Saúde (ERSBG) e busca instruir os participantes no uso de inseticidas.
Cerca de 30 agentes participam da maratona de 5 dias, oferecida pela ERSBG, que iniciou na última segunda-feira (9). A capacitação foi solicitada pela Vigilância em Saúde Ambiental, ligada à Secretaria Municipal de Saúde de Barra do Garças, e concentra suas atividades na sede da Vigilância de Zoonoses, no bairro Anchieta.
Técnicos do Escritório Regional de Cuiabá e do Escritório de Barra do Garças orientam os profissionais quanto à aplicação dos inseticidas, ao manejo ambiental e às questões de endemias. O foco são os insetos encontrados na região, que podem transmitir doenças como a Malária, a Leishmanioses, a Doença de Chagas, a Dengue, a Zika e a Chikungunya.
Com a capacitação, os profissionais ficam preparados para o controle das endemias no período das chuvas, quando aumentam os casos de doenças transmitidas, por exemplo, pelo mosquito Aedes Aegypti.
“Solicitamos a capacitação porque já tinha um bom tempo que não era feita. Agora estamos na seca, mas em breve será o período chuvoso. Também tem os casos do inseto transmissor da Doença de Chagas, que vêm sendo encontrados no município, e os casos de Leishmaniose que estamos registrando”, diz a coordenadora da Vigilância Ambiental do município, Maggie Elaine Lima da Fonseca.
Além de sete agentes de Barra do Garças, recebem a capacitação profissionais de Araguaiana, Campinápolis, General Carneiro, Ribeirãozinho, Torixoréu, Pontal do Araguaia, Novo São Joaquim e Nova Xavantina.
Chagas
A prefeitura de Barra do Garças também tem traçado estratégias para o combate do barbeiro, que, com frequência, tem gerado registros pela Vigilância Ambiental do município. Nos últimos dois meses, foram identificados oito insetos contaminados com o protozoário que causa a Doença de Chagas.
Ainda não é certo se houve um aumento considerável da ocorrência de triatomíneos (o barbeiro) contaminados. Segundo Maggie, a alta nos registros pode ser resultado da ação do município, que tem colocado a população em alerta. Em junho, foi encontrado em Barra do Garças o primeiro inseto com o protozoário, em quase 20 anos sem registro de casos.
Vigilância em Saúde Ambiental

Todas essas espécies de triatomíneos podem transmitir a Doença de Chagas
“Estamos informando mais e as pessoas estão mais alertas. Antes elas matavam o inseto, não se preocupavam em levar ele para a análise, onde nós fazemos o registro. Como as pessoas estão mais informadas sobre como proceder, a gente está detectando mais casos”, diz.
A orientação para quem encontrar um barbeiro é de levá-lo vivo à Vigilância em Saúde Ambiental do município que fica no Centro Regional de Referências em Especialidades (conhecido como Cecap). O inseto não deve ser esmagado, apertado, batido ou danificado. Ao capturá-lo, a pessoa precisa proteger as mãos com luva ou saco plástico e o acondicionamento dele deve ser feito em um recipiente plástico, com tampa de rosca.
Desde o caso ocorrido em junho, a vigilância recebeu cerca de 50 insetos. Os que deram positivo para o protozoário transmissor de Chagas foram localizados nos bairros BNH e Jardim Pitaluga. “Os agentes estão em campo procurando esse vetor da doença, então eles estão indo nas residências próximas às encostas do Parque Estadual Serra Azul.”
O ambiente silvestre é o habitat natural do inseto, mas alguns fatores podem condicionar a presença deles nas residências. Lenhas, telhas e entulhos de qualquer natureza são materiais que devem ser evitados no interior e nos arredores das casas. A vigilância também aconselha que sejam retirados ninhos de pássaros de beirais e que não seja construído galinheiros ou chiqueiros em área urbana.