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VARIEDADE Sexta-feira, 09 de Agosto de 2024, 06:45 - A | A

09 de Agosto de 2024, 06h:45 - A | A

VARIEDADE / AGOSTO LILÁS

Kung fu ensina mulheres a se defenderem da violência

Em mês de conscientização, professor alerta: “Conhecimento de técnicas de combate deveria ser um direito a todas as mulheres”

Giovana Lucas/Assessoria



Cinquenta mulheres morreram em Mato Grosso no primeiro semestre do ano, vítimas de feminicídio ou de homicídio doloso, e vários outros crimes, como estupros, agressões físicas e assédio, seguem em ritmo intenso nos registros policiais. Uma estatística cruel, que precisa ser evidenciada hoje e sempre, e que neste mês, com o Agosto Lilás, ganha um reforço em conscientização. O combate a esse tipo de violência também se reflete de outras formas no comportamento social e individual. Em Cuiabá, cresce a procura de mulheres por atividades especializadas em ensinar técnicas de defesa pessoal.

O professor Washington Bezerra, proprietário da Baihu, escola chinesa de arte marcial tradicional, destaca os benefícios do Kung fu para o corpo, mente e como aliado diante das vulnerabilidades e perigos da vida real. “Mulheres crescem dentro de uma cultura que as condiciona à delicadeza, ao não levantar voz, ao não se expor. Tudo isso, contraditoriamente, num mundo extremamente hostil e violento com elas. Os índices de estupros e agressões são assustadores. O Kung fu é uma arte de guerra, especializada para ser aplicada em situações desse tipo, para poder preservar a integridade física e psicológica das mulheres”.

Reprodução

O professor Washington Bezerra (de vermelho) ensina formas técnicas de neutralização dos agressores

O professor Washington Bezerra (de vermelho) ensina formas técnicas de neutralização dos agressores

Ele explica que não se trata de um estímulo a mais violência ou a reações em situações de assaltos a mão armada, mas sim, a possibilidade de defesa com técnicas de neutralização dos agressores, possibilitando à mulher margem para fuga ou pedido de socorro efetivo. “Determinados movimentos e golpes podem ser a diferença na sobrevivência e no resguardo dessas mulheres. Esse conhecimento deveria ser um direito a todas as mulheres, além de um caminho de empoderamento e saúde”, reforça.

A psicóloga Caroline Garcia é umas das alunas dedicadas ao aprendizado do Kung fu, arte que passou a praticar há pouco mais de dois anos. Os movimentos rápidos e fortes em meio aos exercícios práticos mostram o caminho de fortalecimento do corpo e da mente. “Saber se defender é essencial. O Kung fu traz confiança e habilidade. É mais segurança pra nós, mulheres”. 

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