Kayc Alves
Da redação
Em vídeo publicado no Facebook, o vereador Dulcindo Figueiredo, o Duda (PDT), questionou a qualidade das obras de asfalto realizadas em alguns bairros de Aragarças. Segundo ele, a espessura do pavimento é de “um dedo” e já apresenta buracos. O engenheiro que elaborou o projeto rebateu as críticas e disse que o parlamentar mediu área referente à sarjeta, onde a camada de asfalto é menos espessa.
As imagens registradas pelo vereador mostram uma rua do bairro Alto Horizonte, recém pavimentada. Duda chama a atenção para pontos no asfalto, onde já foi necessário aplicar tapa buraco. Em outro local, o asfalto começa a se soltar e nas laterais a espessura da massa de pavimento é fina.
Ele chegou a xingar o prefeito, usando as expressões "velho vagabundo" e "safado". “O que está fazendo com esse asfalto é uma falta de vergonha, é caso de polícia. Já denunciei na polícia federal. Todos os indícios de falcatrua”, diz.
Mas, segundo o engenheiro civil Thiago Leite, contratado pelo município para fazer o projeto e fiscalizar a execução, a obra está em acordo com as normas técnicas. Ele explica que o projeto é elaborado a partir de um processo chamado TSD (Tratamento Superficial Duplo), no qual a espessura do pavimento varia de 3 a 4 centímetros.
De acordo com Thiago, o TSD é aplicado em vias de pequeno fluxo. Ele cita que o tratamento e o mesmo da Avenida Margarida Afonso de Oliveira, em Barra do Garças, via de saída para Araguaiana.
“É uma camada de brita 1, uma camada de brita 0 e a areia. A espessura foi executada corretamente e não tem nada fora do padrão”, afirma por telefone ao Semana7.
Segundo o engenheiro, a estranheza do vereador quanto à espessura do asfalto se deve ao fato de ele ter medido a área da sarjeta. O local é destinado a suportar o escoamento de água e receberá concreto, por isso não exige massa asfáltica grossa.
Já a avaria no asfalto teria ocorrido após um caminham tentar subir a via, em declive, quando ela ainda estava interditada. O pavimento havia acabado de receber a camada de areia e ainda não tinha completado o processo de curagem.
“Ele não só traz a imagem negativa do prefeito, mas também a dos profissionais que ali estão trabalhando. Meu projeto está de acordo com as normas. Se ele quer criticar, tem que buscar informações, procurar a orientação de um profissional técnico.”
O asfalto que é implantado em algumas vias de Aragarças é resultado de um recurso resgatado da Caixa Econômica Federal, datado de 2010. O Projeto é o mesmo e contemplou bairros como Novo Mundo, Alto Horizonte e Bela Vista.
Bate-boca na Câmara
Terminou em bate-boca, a discussão do projeto de lei do Executivo, na última segunda-feira (5), que pedia a autorização da Câmara para a construção de 350 casas populares em Aragarças. A matéria, que entrou em pauta na última sessão, recebeu críticas duras por parte de parlamentares.
Em entrevista, na manhã desta quinta-feira (8), à rádio Aruanã, o vereador Duda (PDT) afirmou que a medida é uma farsa, com intenções políticas, vista a proximidade do período eleitoral. Ele explica que não é possível que o projeto atenda a população mais carente, pois a Caixa Econômica Federal suspendeu as contratações do programa Minha Casa Minha Vida, para famílias com renda até R$ 2,6 mil por mês, a chamada faixa 1,5.
“Não existe a faixa 1 [que compreende famílias com renda até R$ 1,8 mil]. Está suspensa em todo o Brasil. Fomos à superintendência regional da Caixa, em Anápolis, para ouvir e termos documentos para que nós possamos mostrar para a população. É pura enganação”, destaca o vereador.
Mas, de acordo com a procuradora da prefeitura, Fátima Corbelino, a equipe do município já tinha essa informação e a preparou para fazer uma explanação na Câmara, na segunda-feira. No entanto, a mesa diretora não permitiu que os representantes do prefeito se pronunciassem durante a sessão.
“O que a gente precisava deliberar na Câmara era como a gente faria, adiantando o serviço, porque esse serviço da Caixa está suspenso, mas ele vai voltar. A informação que o vereador passou está incompleta e nós já a tínhamos.”
A procuradora falou brevemente com o Semana7, nesta sexta-feira (9). Por estar em viagem, não pode dar grandes detalhes sobre o caso, mas se comprometeu a conversar com a reportagem em outro momento. A votação do projeto na Câmara deve ocorrer na próxima sessão, no dia 12.