A saudação "Viva o rei!", que se perde no passar dos séculos, era (ainda é), uma forma de exaltação à figura de um soberano ou demonstrar lealdade a um dado monarca, um governante e, em muitos casos, a conquista de proximidade, de prestação de serviços ou, em último caso, de simples bajulador, também presente em qual seja a forma de governo.
Voltando para nossos dias, neste fervor da campanha eleitoral para as eleições de 6 de outubro, a quase unanimidade de candidatos a prefeito tem ao seu redor aqueles dispostos a bater palmas e gritar vivas, até mesmo sem motivo para tanto. Mas, afinal, para que seve então esse séquito a portar bandeiras, distribuir santinhos, bater de porta em porta, prometer a redenção econômica, o privilégio de se viver com dignidade, o que todos sabem, um direito constitucional.
Enquanto isso coloquemos o candidato a prefeito na condição presuntiva de rei e um pouco mais abaixo a chusma de candidatos a vereador. A passagem estreita pelo crivo das urnas dará aos vitoriosos as benesses do poder quando, então, gritar “Vida longa ao rei” torna-se a ordem do dia aos que passam à intimidade do poder.
É conveniente lembrar que esse rei sem coroa fez por merecer durante a campanha no sentido de direcionar verbas, seja do fundo partidário ou doações permitidas por lei aos candidatos à vereança. Se enganam aqueles que acham que essa distribuição seja equitativa porque é neste momento que começa a separação entre aqueles para formar sua corte.
Os amigos do rei levam a maior parte. Outros, menos expressivos em votos ou intimidade recebem uma quantia irrisória, mas mesmo assim estão lá para gritar “Viva o rei”. Em resumo, não há o mesmo tratamento para os aspirantes a vereador. A divisão fica a cargo do candidato a prefeito (rei) com a total anuência do chamado fundo partidário. Viva o rei! (Redação)