Andhressa Barboza e Mikhail Favalessa
RD News
Depois de passar por momentos de angústia ao ser diagnosticado, duas vezes, com Covid-19 em um intervalo de 6 meses, o secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo não esconde a emoção ao falar sobre a experiência dolorosa. Na última semana, retornou às atividades na SES onde teve uma recepção carinhosa dos colegas.
Ele sofre de uma síndrome rara, a Doença de Crohn, que atinge, especialmente, o sistema digestivo levando a uma série de complicações. Em dezembro, quando testou positivo para Covid pela segunda vez, precisou ser levado, às pressas, a São Paulo para ser atendido por especialistas e ficou 20 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Mesmo assim, passou por dias difíceis e chegou a se questionar se sairia da maca com vida.
“Eu não tenho como falar disso sem me emocionar. No momento mais difícil, eu cheguei a pensar que talvez a minha missão por aqui já estivesse cumprida. Mas graças a Deus, às orações das pessoas, eu sempre disse que nada acontece na minha vida sem a vontade de Deus, e acho que ele entendeu que eu tinha que ficar por aqui”, desabafou.
Ele recebeu alta hospitalar em 18 de dezembro e se recuperava em casa até o retorno como titular da pasta nesta semana. “A angústia de não poder voltar mais rápido foi muito grande, assistindo Brasil a fora a situação complicando. Mas a receptividade da minha equipe foi excelente, eu tenho que agradecer a todos que seguraram essa minha ausência com galhardia, determinação e responsabilidade, deram conta do recado”.
“Se crescer contágio, vão faltar leitos”
Ainda fez um alerta à população para que não relaxe nas medidas de segurança para evitar o contágio e pediu aos gestores públicos que olhem com mais preocupação para o crescimento de casos de Covid. “É importante notar que a população parece que acredita que a pandemia acabou. Eu quero alertar a todos que não gostaria que ninguém passasse pelo desconforto que eu passei”.
Diz que, caso 5% dos infectados precisem de internação, como é o caso, “vão faltar leitos de internação e a gente olha para esse radar, é preciso que a população entenda que ele, dentro do seu arbítrio, está correndo alto risco, e depois não vai poder imputar essa responsabilidade a ninguém”.