Lislaine dos Anjos
Mídia News
O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, classificou como “hipocrisia” o posicionamento contrário de parte da sociedade à realização da Copa América no Brasil enquanto o país sedia outros campeonatos de futebol sem nenhuma interferência ou manifestação negativa.
As críticas, que se iniciaram assim que o país foi apontado como sede do evento após inviabilidade da Argentina e do Uruguai, apontam que o Brasil ainda vive uma alta de casos de Covid-19 e que os jogos poderiam agravar o quadro.
“Com toda a segurança sanitária, eu sou a favor. Porque seria uma hipocrisia achar que cinco jogos a mais da Copa América vão criar um caos”, disse.
“Todos os campeonatos estão ocorrendo, não tem razão nesse momento para criar um cavalo de batalha por cinco jogos que serão realizados na Arena Pantanal, sem público e com toda o controle sanitário necessário”, acrescentou.
Para Figueiredo, há politização em torno do tema por parte de algumas emissoras e políticos, como é o caso do prefeito da Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que lamentou não ter poder de decisão sobre o assunto e disse ser contrário ao evento.
“Eu acho que é muito mais uma guerra política, um interesse comercial de alguns, porque emissoras que eu vejo se posicionando totalmente contra, no minuto seguinte fazem propaganda de todos os demais campeonatos de futebol nesse país. Então, isso é uma hipocrisia”, criticou.
“Eu acho que tem mais aglomeração, corre mais risco de infecção à população, as peladas que são realizadas nos campinhos da periferia, os botecos lotados de gente. E não vejo ninguém trabalhando para impedir isso”, alfinetou.
No final de semana, o prefeito Emanuel Pinheiro foi filmado participando de confraternização sem o uso de máscara, bebendo cerveja e jogando bola após a inauguração de uma obra no Bairro CPA 3.
Antecipação de vacinas
O secretário ainda comentou a postura contrária de Emanuel ao torneio, mas indo à Brasília pedir por direcionamento de lotes de vacina para a Capital em razão de ser sede do torneio.
Segundo ele, a distribuição das vacinas em Mato Grosso é uma atribuição do Governo Estadual, sendo deliberada pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB), e são baixas as possibilidades de Emanuel conseguir resposta positiva.
“Isso é uma coordenação estadual. O Governo Federal não manda vacina especificamente para nenhum município”, disse.
“É alguém que era contra, agora quer um benefício, né? Se o Ministério da Saúde mandar, vai mandar para todas as capitais, a todos os estados que vão ser sede. Acredito que é pouco provável que seja atendido, mas se atender, que ótimo, bom para o estado, mas não vai ser algo exclusivo, especificamente, para Capital”, completou.