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POLÍTICA Sábado, 30 de Novembro de 2019, 16:45 - A | A

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POLÍTICA / Fé

Ribeirãozinho se prepara para a 120ª edição da Festa de Santos Reis, em janeiro

Uma das festas sacras mais antiga do Estado acontece no Araguaia

João Pedro Donadel/Redação



Santo Reis

 

O ano de 2020 começa com uma das festas sacras mais antigas no estado de Mato Grosso, a 120ª edição da festa de Santos Reis, realizada anualmente em Ribeirãozinho, na véspera do Dia dos Reis, segundo crença católica. Nesta próxima edição, os festeiros serão Taynara Carrijo e Vinícius Carrijo.

O evento está programado para iniciar às 10h30, no centro de eventos Casemat. Segundo a  organização, como em edições anteriores, são esperados mais de 7 mil pessoas de todo o Vale do Araguaia e, até mesmo de fora do estado, como de São Paulo, que visitam Ribeirãozinho para a festa.

Realizada há mais de cem anos, desde quando o município de Ribeirãozinho ainda era distrito de Santa Rita do Araguaia, em Goiás, a Festa de Santos Reis passou a fazer parte do calendário oficial de Mato Grosso a partir de 2008, por meio do projeto de Lei Nº 8.931.

Além do evento no dia 5 de janeiro, em 2019 acontecerá a saída da folia no dia 24 de dezembro, véspera de natal com os foliões Frank e Edilene. A Festa de Santos Reis conta com apoio da Prefeitura Municipal de Ribeirãozinho, Câmara dos Vereadores, rádio Terra FM, Agropecuária 3ª, Revista Gente e do site Semana7.

Pragramação:

O início será marcado por um almoço servido aos presentes, logo após a festa contará com apresentações regionais. Às 14h está marcado o Bingão de Santos Reis, com premiações de micro-ondas, bicicleta, fogão, smart tv e uma moto 0 km. Após o bingão, acontece a reza do Tradicional Terço, às 18h.

Depois será servido o jantar e novamente contando com apresentações regionais.

Para finalizar a noite, às 22h dá início ao show artístico da Festa dos Reis.

História:

O “Dia de Reis”, ou “Dia dos Santos Reis”, comemorado em 6 de janeiro, tem origem na tradição católica que lembra o dia que Jesus Cristo, recém-nascido, recebeu a visita de três Reis Magos: Belchior, Gaspar e Baltazar, que vieram do oriente, guiados por uma estrela.

O evangelista Mateus narrou o acontecimento: Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra. (Mt, 2,11).

A “Folia de Reis”, grupo que reúne cantadores e instrumentistas para celebrar a data, tem origem portuguesa e chegou ao Brasil no século XVIII. Em Portugal, a manifestação cultural tinha a principal finalidade de divertir o povo. Aqui no Brasil, passou a ter um caráter mais religioso.

Nas localidades que ainda preservam a tradição da “Folia de Reis”, no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, o grupo percorre a cidade entoando versos alusivos à visita dos Reis, passando de porta em porta em busca de oferendas, que podem variar de um prato de comida a uma simples xícara de café. Em cada casa que é acolhida, a Folia apresenta-se cantando e tocando músicas de louvor a Jesus e aos Santos Reis, em volta do presépio, com muita alegria.

O grupo é liderado pelo Capitão e carrega a Bandeira com o símbolo da Folia. Geralmente feita com tecido e decorada com figuras que representam o menino Jesus, a Bandeira é enfeitada com fitas e flores de plástico, tecido ou papel, sempre costuradas ou presas com alfinetes, nunca amarradas com “nós cegos”. Segundo a crença, é para não “amarrar” os foliões ou atrapalhar a caminhada.

Outra figura muito representativa é o palhaço, que usa roupas coloridas, máscara e carrega uma espada ou varinha de madeira. É ele o responsável por abrir passagem para a Folia. Os demais participantes tocam os instrumentos e fazem parte do coro de vozes, com tons diferentes, o que torna o momento muito agradável e singular.

Com versos improvisados de agradecimento pela acolhida, os demais, cada qual na sua voz e vez, repetem os versos cantados pelo Capitão, acompanhados pelos seus instrumentos. Esses instrumentos são enfeitados com fitas e tecidos coloridos. Cada cor possui o seu próprio simbolismo. Rosa, amarelo e azul, podem representar a Virgem Maria; branco e vermelho, o Espírito Santo.

A tradição originada na religiosidade popular, traço marcante de todo continente latino-americano, nos ensina que em 6 de janeiro termina para os católicos os festejos natalinos e, nesse, dia devemos desmontar os presépios e as árvores de Natal.

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