Karina Arruda
Gazeta Digital
O ano de 2021 não será pior em relação à economia, em virtude das ações tomadas para garantir emprego e renda em 2020, afirma o economista Edisantos Amorim. Mesmo com níveis de produtividade mais baixo em alguns setores, empresas deixaram de demitir devido ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Bem), que realizou 135,2 mil acordos em Mato Grosso. Agora a dúvida que paira entre trabalhadores é se os empregos se manterão após a finalização do programa, encerrado em 31 de dezembro.
Os efeitos do fim das medidas econômicas só poderão ser melhor percebidos após a divulgação do primeiro resultado de contratações formais, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Outro programa que deixa o setor produtivo em alerta é o do auxílio emergencial, que beneficiava 1,1 milhão de pessoas e cujos pagamentos também finalizaram em dezembro, com os últimos saques em espécie se estendendo até o fim de janeiro.
A aceleração na inflação nos últimos meses, bem como o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que acumulou queda de 3,4% até o terceiro trimestre, deixam o país em alerta sobre o cenário futuro. Até o fim do ano, a expectativa é de fechar em cerca de 4,4% negativo de PIB. Mesmo diante dessas variáveis, o governo conseguiu manter a taxa Selic em patamar baixo. Isso é bom, porque permitirá trabalhar com taxas de juros baixas para a dívida e tende a gerar mais oportunidades, tanto para investimentos como para retomada das atividades econômicas.
Apesar dos efeitos macroeconômicos, o estado de Mato Grosso se difere do restante do país por conta de sua produção agropecuária, que deve permanecer forte em 2021, com boas perspectivas para exportação de grãos e carnes.
Além disso, comércio e serviços superaram as expectativas em comparação a 2019 (3,7% de alta no comércio e 1,7% de queda em serviços, resultados melhores que do ano anterior).
Apesar dos indicadores negativos, há perspectivas que já começam positivas. Quando se tem um sinal de otimismo, a tendência é de entrar o ano com bons resultados, comenta o economista.