Carlos Gustavo Dorileo
Olhar Direto
Candidato para se manter no cargo que está ocupando interinamente até a eleição suplementar, agendada para acontecer em novembro, o senador tampão Carlos Favaro (PSD) vem investindo dinheiro público na própria imagem e na divulgação de seu trabalho no Senado, desde que tomou posse no dia 17 de abril. Com pouco mais de 100 dias no Congresso, Fávaro já gastou cerca de 635,7% a mais do que o colega Jayme Campos (DEM) e 1.960% a mais do que Wellington Fagundes (PL), em divulgação parlamentar, em 2020.
Fávaro conseguiu chegar ao Senado após dura luta na justiça, que acabou culminando com a cassação da juíza aposentada, eleita como a mais votada em 2018, mas que perdeu o cargo pelas práticas de abuso de poder econômico e caixa 2.
Como não conseguiu ser empossado em definitivo, Fávaro, terceiro colocado em 2018, acabou sendo beneficiado, por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), com a vantagem de ir para eleição de novembro ocupando o cargo.
Desde então, a publicidade vem sendo prioridade e o maior gasto de sua Cota para Exercício da Atividade Parlamentar, o famoso ‘cotão’, no seu até então, curto mandato.
Até o mês de julho, o interino gastou R$ 51,5 mil em divulgação da atividade parlamentar, de acordo com o Portal da Transparência do Senado. Deste recurso, além da contratação de uma equipe de comunicação e produção de vídeos, o senador usou mais de R$ 24 mil para patrocinar suas postagens na rede social Facebook.
Para se ter uma ideia do tamanho do gasto, o senador Jayme Campos usou em divulgação parlamentar, cerca de R$ 7 mil desde janeiro até o início de agosto deste ano. Já o senador Wellington Fagundes gastou apenas R$ 2,5 mil para a finalidade no mesmo período, ou seja, em um momento de pandemia, Fávaro gastou em pouco mais de três meses, aproximadamente 443% a mais do que os outros dois senadores mato-grossenses juntos, apenas com publicidade.
Desde que Selma Arruda foi cassada e exonerada do Senado, Favaro, que ficou em terceiro lugar na eleição de 2018, tem trabalhado para assumir de vez o lugar em que está temporariamente. No mês de março, na convenção para a eleição suplementar que deveria já ter acontecido em abril, ele lançou a sua candidatura com a empresária Margareth Buzetti (Progressistas) na 1ª suplência e o vereador rondonopolitano Hélio Pichioni (PSD), como segundo suplente.
O próprio interino já anunciou que continua candidatíssimo e que irá definir todos os detalhes de sua chapa nas convenções, que devem acontecer no final deste mês.