Da Redação
Foi posto em liberdade o advogado de 39 anos que foi preso na sexta-feira, 8, suspeito de drogar e abusar sexualmente de uma jovem em Barra do Garças.
De acordo com a Polícia Civil, a moça foi encontrada desmaiada numa calçada no bairro São Benedito com ferimentos no corpo, no rosto e lesões no braço esquerdo, feito, possivelmente, por agulha.
Luciana Canaverde, da Delegacia da Mulher de Barra do Garças, responsável pela investigação, afirmou na manhã do hoje (11), em coletiva à imprensa da cidade que a vítima não se recordava do que havia ocorrido na noite anterior, nem mesmo dos ferimentos em seu corpo.
Segundo a delegada foi comprovada “violência sexual após o exame de corpo de delito” e, por conta disso, o advogado foi preso em flagrante.
A delegada afirmou ainda que a vítima foi submetida a exames toxicológicos que deverá atestar a possível substância usada. “Ela foi dopada e a violência sexual confirmada”, disse ela à coletiva de imprensa.
OUTRO LADO
A defesa do investigado, Walter George Ramalho, membro do Tribunal de Defesa das Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, (OAB-MT), disse que a suspeita inicial de estupro foi por conta da lesão encontrada no braço da jovem.
Segundo Ramalho, esse ferimento ocorreu na madrugada do dia 8, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barra do Garças onde recebeu atendimento e teria sido ministrada medicação intravenosa, que inclusive pode ser provado pelas câmeras de segurança.
Ainda segundo o membro da OAB, as lesões pelo corpo da vítima teriam sido causadas por duas quedas. A primeira delas ocorreu ao saírem do complexo turístico do Porto do Baé e, a segunda, na avenida Ministro João Alberto, na altura do supermercado Nilo, onde conforme o investigado, a jovem teria aberto a porta e saltado do carro em movimento, quando estavam a caminho da unidade hospitalar.
Sem alta médica, a jovem decidiu minutos depois deixar a UPA por conta própria e seguiu com o investigado para a região central da cidade. Ainda sob efeito de substâncias alcoólicas, conforme Ramalho, a jovem não soube informar seu próprio endereço quando então os dois rumaram para uma pousada onde o advogado investigado, e que presta serviço em um órgão público de Barra do Garças, estava hospedado.
Os dois passaram a noite dentro do veículo no estacionamento.
Logo pela manhã, segundo a defesa, o advogado tentava encontrar o endereço da jovem por meio de um comprovante de endereço que ele havia salvo em seu celular. Já no bairro São Benedito, nas proximidades de um edifício, a jovem teria dito ao advogado: “Me larga aqui”, conforme a versão do seu representante.
O investigado, durante depoimento à Polícia Civil, negou que tenha mantido relação sexual com a mulher. Sobre o laudo que atestou a violência sexual, Ramalho disse ser apenas vestígios, já que, para comprovar o crime, é preciso a confirmação da vítima. Segundo ele, a jovem teria mantido relações sexuais pelo menos dois dias antes do fato.
MENSAGEM
Já em horário de expediente, o advogado investigado, enviou uma mensagem via WhatsApp à moça, com a seguinte frase: “Te deixei em casa”.
Segundo Ramalho, o investigado queria saber apenas se ela estaria bem e que o advogado teria esquecido de usar o ponto de interrogação.
Para a delegada Luciana Canaverde o envio da mensagem seria uma maneira de se eximir de eventual culpa, disse.
A prisão em flagrante do investigado foi relaxada pela Justiça e o inquérito deve ser concluído em até 30 dias.
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