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JUSTIÇA Quarta-feira, 25 de Setembro de 2019, 08:06 - A | A

25 de Setembro de 2019, 08h:06 - A | A

JUSTIÇA / CPI da AL

Presidente da Amaggi: grupo é visado por ligação com ex-ministro

Judiney Carvalho prestou depoimento aos deputados estaduais integrantes de comissão



O presidente executivo da Amaggi, Judiney Carvalho, afirmou que o grupo é mais visado por órgãos de fiscalização que outras empresas do ramo pelo fato de pertencer à família do ex-governador e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi.

O empresário prestou depoimento, na segunda-feira (24), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Renúncia e Sonegação, para esclarecer as acusações de que o grupo não contribuiria há cinco anos com o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) – acusação esta que foi negada. Para Carvalho, há uma confusão entre o Grupo Amaggi e a pessoa de Blairo.

“Acho que sim. Apesar de ser uma empresa com seis acionistas e 100% profissionalizada. Não existe membro da família dentro da companhia. Então, ela tem uma desvinculação muito forte de política e do político”, afirmou ele.

“Mas acredito que há, sim, uma mistura, uma confusão nessa questão. As pessoas que não conhecem acabam confundindo e fazendo a ligação com um dos acionistas que foi político”, acrescentou.

Apesar disso, o empresário preferiu não confirmar ou negar se há uma intenção de prejudicar a carreira de Blairo, que atualmente está afastado da política.

“Não sei se pode querer prejudicar. Pode ser que sim. Mas posso afirmar que somos uma empresa bastante fiscalizada. Por isso, temos os registros de todas as operações que fazemos. Tudo contabilizado e declarado”, afirmou.

Fethab e paraísos fiscais

No depoimento, Judiney Carvalho disse que de 2008 para cá, a Amaggi já recolheu mais de R$ 500 milhões para o fundo.

Ele também admitiu que o grupo tem empresa em paraísos fiscais, mas negou que seja uma forma de sonegação de impostos.

“A Amaggi paga regularmente todos os tributos inerentes a sua atividade e é submetida a auditorias nos mais diversos níveis. A empresa exporta aproximadamente 90% de seus produtos. É impossível tocar uma atividade comercial se não tiver com as licenças devidamente corretas”, disse Carvalho.

“Para operacionalizar, a empresa tem paraísos fiscais. O setor inteiro, não é a Amaggi. Assim que o setor funciona. Não se trata de parada do dinheiro. Você exporta mercadoria para essa empresa, que exporta para o comprador final e esse dinheiro vem. É mais uma forma de você ter flexibilidade na operação. É algo bastante técnico”, disse.

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