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POLÍCIA Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2019, 13:22 - A | A

13 de Dezembro de 2019, 13h:22 - A | A

POLÍCIA / Tensão

Facção tenta desestabilizar operação e reaver poder na PCE; investigação aponta brigas entre presos

Wesley Santiago/ Olhar Direto



O Comando Vermelho (CV) tem tentado, nos últimos dias, desestabilizar a ‘Operação Agente Douglas’, deflagrada este ano pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp) para reinstituir a ordem dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). Segundo apurou o Olhar Direto, a tentativa das lideranças é reaver o poder dentro da unidade. As investigações da Polícia Penal apontam também diversas brigas entre os reeducandos, que teriam sido atribuídas a maus tratos, posteriormente.

A linha de investigação, conduzida na unidade, aponta que a manobra seria uma demonstração de força das novas lideranças, após o assassinato de Paulo Cesar dos Santos, conhecido como "Petróleo", no local.
 
Os policiais penais estão no que chamam de vigilância aproximada para coibir qualquer tipo de movimentação dentro da unidade. Fonte da reportagem pontuou que, a qualquer denúncia feita de maus tratos, os reeducandos são imediatamente levados para fazer exame de corpo de delito.
 
Alguns dos presos machucados, conforme a mesma fonte, teriam se ferido em decorrência de brigas entre os próprios reeducandos.
 
Denúncias
 
A Defensoria Pública de Mato Grosso apresentou, no início do mês, os resultados do mutirão carcerário que foi realizado na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. A segunda subdefensora pública-geral, Gisele Chimatti Berna, que é coordenadora do regime especial de atendimento à PCE, afirmou que além de constatar uma superlotação de 275% na unidade, a Defensoria colheu 108 declarações de maus tratos e tortura contra presos.
 
Além da insalubridade e de situações de escassez de água e altas temperaturas, a defensora Gisele Chimatti afirmou que foram feitas muitas denúncias de maus tratos e tortura por parte dos agentes prisionais aos presos.
 
“Quando chegamos na PCE houve sim queixa dos presos, de excesso por parte dos agentes [...] Nós colhemos dos presos 108 declarações de maus tratos e tortura, isso ainda vai ser apurado para tentar se levantar os responsáveis”, afirmou.

Operação

A intervenção realizada na Penitenciária Central do Estado (PCE), que teve início no dia 12 de agosto deste ano, com o objetivo de fazer uma limpa e reformar a unidade, teve 171 celulares encontrados, 500 chips e até uma churrasqueira. O gestor da pasta, Alexandre Bustamante, destacou a redução no número de crimes neste período em que o acesso dos detentos ao mundo externo foi dificultado.

Entre os materiais apreendidos estão 171 celulares (de diversas marcas e modelos), mais de 500 chips de telefonia, 12 baterias de celular, drogas, facas artesanais (chuchos), churrasqueira, sanduicheira, entre outros.

Também foram apreendidos 352 cadernos do crime organizado, com detalhes da contabilidade das facções e seu relacionamento com o exterior da unidade. Parte deste material já está sendo analisado pela Polícia Civil e o setor de inteligência do sistema prisional

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