Lislaine dos Anjos
Mídia News
O médico e deputado estadual Lúdio Cabral (PT) afirmou que, ao contrário do que algumas pessoas afirmam, Mato Grosso ainda não vive a terceira onda da Covid-19. No entanto, esse status não está longe de ser alcançado, caso não sejam adotadas medidas restritivas mais severas para conter a transmissão do vírus.
Segundo Lúdio, a ideia de uma nova onda pressupõe a existência de um elemento novo no cenário, do ponto de vista epidemiológico – como uma variante mais agressiva, por exemplo –, bem como que a onda anterior tenha baixado até uma planície, o que não ocorreu.
“Chegamos num pico de 2,2 mil casos em média por dia no mês de março. Em abril, a curva começou um processo de descida que foi interrompido no final daquele mês, quando tínhamos 1.290 casos em média todos os dias”, disse, em entrevista à Rádio Conti.
“Portanto, estávamos muito longe de dizer que já havíamos passado da segunda onda e estaríamos entrando em uma terceira. É a segunda onda se levantando novamente por conta do relaxamento das já limitadas medidas restritivas que nós tínhamos”, criticou.
De acordo com Lúdio, se uma quarentena obrigatória não for adotada em todo o Estado, por um período de até 21 dias, Mato Grosso irá voltar à situação vivenciada no início do ano.
Ele explicou que assim como o vírus acelera a sua transmissão se a população volta a circular livremente, a contaminação cai na mesma proporção se todos praticarem o isolamento.
“Embora estejamos cansados de 14 meses de pandemia, ou nós aprendemos a lidar com ela, o que não soubemos até agora, ou vamos conviver com essa pandemia por muito mais tempo ainda da mesma forma que estamos”, previu.
O médico ressaltou a necessidade de criação de um plano de enfrentamento permanente da pandemia entre governos e sociedade civil, com pactuação de indicadores, a partir dos quais se tomam medidas restritivas rigorosas para conter a transmissão do vírus.
“A sirene tocou, todo mundo já sabe que tem que ficar quietinho em casa e que não pode circular. Ou fazemos isso, ou teremos no inverno, daqui a um mês, uma nova aceleração. E essa sim vai atropelar a segunda onda”, afirmou.
“Será um tsunami no inverno, por conta de uma alteração epidemiológica, cenário ambiental, e eventualmente, não sabemos ainda, há possibilidade dessa variante indiana se tornar dominante e a gente viver uma situação mais dramática ainda do que já vivemos na segunda onda”, completou.